Resenha - Aposta indecente


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Autora: Matilda Wright

Editora: Quinta Essência

Páginas: 240

Gênero: Romance de época

Sinopse: Paris, 1854. Um dos homens mais ricos da França, o marquês de Villeclaire tem uma vida luxuosa e despreocupada, onde não falta nada que o dinheiro e a sua posição social possam pagar. Mulheres, jogo, festas, caçadas, palácios…
Mas uma aposta faz com que os destinos de Villeclaire e Catherine Duvernois, uma jovem e misteriosa viúva, se cruzem, numa fase em que uma nuvem negra assombra os dias do belo marquês, prestes a casar, contra sua vontade, com Blanche de Belfort.



A vida de Louis de Villaclaire desmorona-se…

Quem é Catherine Duvernois? E Blanche de Belfort? Alguém está mentindo. Mas quem? Por quê? A resposta mudará para sempre o futuro destas três personagens.

Um romance arrebatador, que se desenrola entre os sofisticados salões da aristocracia parisiense e as deslumbrantes paisagens do vale do Loire, levando os leitores numa viagem inesquecível por cenários de sonho, durante o reinado do Imperador Napoleão III.


Caras leitora e leitores, uma das minhas metas para o ano de 2016 era ler mais romances, visto que eu li muito pouco do gênero no correr dos anos. E para minha surpresa, descobri que A.M.O. romances de época! Vocês podem me perguntar: Morgana você nunca tinha lido romances de época? E eu repondo: Já tinha lido sim! A muitos anos atrás,( mais ou menos 12 anos) eu descobri uma série de livros de uma autora (Que hoje tenho como Diva Master dos romances de época) chamada Judith McNaught. Eu amei os livros dela de cara! Mas com exceção das autoras  Elizabeth Thornton,  Hannah Howell, Deborah Simmons e, um pouco mais tarde, Julia Quinn (antes de ela ser oficialmente publicada do Brasil), acabei deixando o gênero de lado (porque, eu não sei até hoje) até o 2º trimestre de 2016. A partir de então, venho tentando cobrir o que foi publicado desde então e tenho amado 90% do que tenho lido. Falta muita coisa pra me colocar em dia? Sim! Vai conseguir ler tudo o que pretende do gênero? Sinceramente, não sei!

Numa das muitas compras que fiz ano passado, comprei Aposta Indecente da autora inglesa Matilda Wright. Ele acabou ficando esquecido na estante em meio a vários outros que ainda não li. Entretanto, esse mês eu queria ler um romance de época que poucas pessoas já tivessem lido. Fiz uma pesquisa no Skoob e lá me aprece justamente no topo da lista. Fiz uma breve pesquisa no Google e descobri que esse livro não fazia parte de uma série, que era único e GENTE, isso me ganhou! Não é novidade nenhuma que raramente encontramos um romance de época que não faz parte de uma série! (se você conhece mais romances de época que seja livro único, deixa como indicação nos comentários, PLEASE!) Outro fator que me chamou atenção é que o livro é ambientado na França e não na Inglaterra! Além disso, não se encontra muitas informações sobre a autora e nenhum outro livro dela (se é que ela tem mais) foi traduzido para português.

O ponto de partida desta história é uma exorbitante e extraordinária aposta estre o burguês Duvernois e o Marquês de Villeclaire, Louis. Duvernois apostou 2 milhões de francos e perdeu. Como não tinha a quantia em mãos, disse a Villeclaire que lhe pagaria em duas semanas e , se isso não acontecesse tudo o que ele possuía passaria a ser propriedade de Villeclaire, incluindo todas as suas propriedades, bens e inclusive pessoas! Porém, um dia antes do prazo expirar, Duvernois morre em um duelo, tornando Villeclaire o ganhador da aposta e do prêmio. Uma semana após o falecimento, Louis se vê as portas da casa de Duvernois a fim de apurar se ele possuía família e reclamar o que é seu. Ao adentrar a casa ele percebe o estado decadente a propriedade e descobre por intermédio do servo que existe uma Sra. Duvernois. Ele é levado a uma sala para que aguarde a viúva, uma viúva que ele imagina se tratar de uma velha e divertida senhora que precisaria de seu apoio. Mas, quando Catherine Duvernois entra na sala, Louis descobre que ela é uma jovem e linda viúva de apenas 22 anos, possuidora de penetrantes olhos verdes. A pergunta que não consegue parar de se fazer é: Como o velho Duvernois conseguiu uma esposa daquelas?

Como o prêmio de sua aposta definia que ele seria responsável não apenas pelas propriedades e bens do falecido, como também das pessoas ligadas a ele, Villeclaire percebe que sua vitória lhe trouxe mais problemas, dívidas e responsabilidades do que qualquer outra coisa. Rapidamente ele decide dispensar os poucos criados da propriedade com uma vultosa quantia, mas não sabe o que fazer com Catherine, pois a moça não quer que seu destino seja decidido por outra pessoa, mostrando-se arredia, desafiadora e pouco sociável. Desta forma, Louis decide de irá enviá-la dali a um dia para um convento, ficando enfim livre de mais uma responsabilidade. Mas a mulher o tinha impressionado demais para que Louis desse a questão por resolvida. Ele a desejava! Partindo do pressuposto de que Catherine tivesse sido uma prostituta anteriormente ao casamento (esse era o única motivo que ele conseguiu conceber para que uma jovem e linda mulher se casa-se com Duvernois), decidiu torná-la sua amante. Nem precisa dizer qual foi a reação de Catherine.

"- Parto amanhã para o Vale do Loire e vou levá-la comigo - disse Louis.
Catherine levantou a sobrancelha, admirada.

- Pensei que tinha falado num convento em Paris - retrucou.

- Não se trata de um convento. Mudei de ideia a seu respeito. É jovem e bonita, seria um desperdício escondê-la do mundo. Tenciono torná-la minha amante... por enquanto. Depois pensarei o que fazer com você.

[...] - Como se atreve!" Pág. 35.

O que Louis não sabia e que descobre durante a viagem, é que Chaterine Duvernois era, desde o nascimento, Catherine Maulévrier, filha do Marqês de Maulévrier. Catherine tinha sido o pagamento de uma aposta que o pai fizera com o velho Duvernois. O marquês tinha ficado desolado com a morte da amada esposa e omisso na criação da filha. Quando Catherine saiu da escola, viu nela a solução aos seus problemas. Ele a deu em casamento a Duvernois como pagamento da aposta que perdeu. A partir de então, Lady Catherine Maulévrier se tornou apenas Sra. Duvernois e, ao longo de 5 anos, seria tratada pior que uma serva, passaria fome e foi privada de sua liberdade na casa do marido. O único ponto menos obscuro em seu destino, era o fato do marido possuir preferência por homens, o que caracterizou a sua união  como um casamento por conveniência. Catherine viu na morte de seu mardo a tão sonhada liberdade. Todavia, como se seu tormento não tivesse sido suficiente nas mãos do marido, ela agora estava a mercê de um homem que iria transformá-la em sua amante. Desesperada, Catherine conta á Louis às circunstância de sua vida, mas o Marquês não acredita na moça e a leva para sua casa no Vale do Loire.

Já em sua casa, Louis reconhece que ficou um pouco perturbado com a história mais que fantasiosa que Catherine contou. A dúvida não o abandona. Receoso com a mera possibilidade de a história que Catherine lhe contou seja verdadeira, Louis prefere passar os primeiros dias de sua estadia no interior cuidando dos assuntos de sua propriedade. Mas independente da dúvida, Louis não para de desejar Catherine e com o passar dos dias, a situação só piora, até que em uma noite enquanto tocavam piano juntos, ele viu uma oportunidade de se aproximar da mulher, a mulher que não aceitou ser sua amante.

"Os seus rostos estavam muito próximos e bastou a Louis fazer um pequeno movimento para que os seus lábios tocassem os de Catherine. No início tocaram-se apenas. Catherine sentia-se tremendo interiormente mas era incapaz de recusar aquele beijo. Entreabriu ligeiramente a boca a pressão mais intensa de Louis. As mãos dele abandonaram o piano e deslizavam agora pelas costas da jovem, puxando-a para si e explorando-lhe a boca com a língua." Pág. 56.

Embora Catherine começasse a ver em Louis mais do que um libertino cruel, nunca iria aceitar ser amante dele. Ela não tinha reconquistado sua liberdade para perdê-la novamente e de forma tão indigna. Nem mesmo se ele a amasse e ela o amasse (verdade seja dita, os dois já nutriam esse sentimento um pelo outro, só não queriam admitir). Não cederia nunca a essa proposta. Louis, já impaciente e contrariado com a recusa de Catherine, resolve ir a Paris sanar de vez a dúvida que não o abandona: Catherine disse a verdade? Mas enquanto tenta resolver a questão, cai numa armadilha que irá obrigá-lo a casar-se com alguém por quem não sente nenhum afeto. E sua partida para Paris deixa Catherine a mercê de um terrível e desconhecido perigo. Conseguirá esse casal anular suas diferenças e viver um amor tão poderoso? Louis conseguirá se desvencilhar da armadinha em que foi preso? Catherine sobreviverá a tão grande Perigo? Só mesmo lendo pra saber!

Acho a história extremamente cativante e um tanto quanto original, mesmo não tendo gostado muito do ritmo de escrita da autora. Vale a pena ler Proposta indecente, um livro com um título que não é só sugestivo, mas que realmente nos apresenta propostas inaceitáveis, realmente propostas indecentes.
Até a próxima!

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